Venha! Faça-me ternura, traga-me o aroma da flor.
Vista-se em sorrisos, deixe o pecado pra depois - expurgue-se de tal sentimento - cubra-se de pólen e venha.
Venha com o vento. Venha a contento.
Façamos estrelas em teto de madeira. Cavalguemos em campos de linho numa tarde leitosa transformada em banho de espuma e as nossas epidermes, em cobertores aquecidos.
Venha... venha sem culpa, sem atino, simplesmente venha,deixe o recato lá fora, desnude-se em atos, traga somente, por ora, vontades a serem cumpridas.
Venha carregada por libélulas carregadas pelo ar.
Venha coberta de insensatez, mostre-me sua nudez. Venha, simplesmente venha, e juntinhos ouviremos o vento lá fora,a proclamar ao mundo, a nossa paz. Não quero menos que isto.
Não quero menos que lua e estrelas no nosso céu marinho.
Não quero menos que as brumas envolvendo os nossos corpos e lavando as nossas almas.
Não me importa se fado ou tango; se Mozart ou Ravel; se branco ou preto; se Florbela ou Cecília; se Drummond ou Vinicius. Quero em quereres mais que Caetano quis.
Venha, meu amor! Faça-me seu. Assopre o braseiro da existência em mim. Transforme-me em ex-suicida.
Faça-me chorar e rir de amor. Olhe em meus olhos e veja minha alma.
Cubra-me de lírios brancos.
Conservemos as margaridas no jardim.
Façamos juras de amor.
Venha, meu amor! Não deixes de vir.
Faça deste amor que é só meu, um amor de nós dois.
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