DESCONECTANDO-SE
















Desespero
É o fim!
O que faço agora?
Vou ficar alguns dias...
Algumas horas
Alguns minutos
Alguns segundos
Sem você...
Maldita criação...
Maldita dependência...
Não importa!
Criaram a máquina
Que felizmente é frágil
[silêncio]
Mas não invadiu a minha mente
Que estará ligada por fios invisíveis
Totalmente conectada em você
Bendito seja quem inventou o poder da mente
Amanhã
Daqui a uma hora
Daqui alguns minutos
E nesse exato momento estarei aí
Junto a ti...
Bendito quem te fez
Bendita a sua existência
Bendita a vontade de estar com você
Maldita a criação da máquina!
Mas se não fosse ela...
Seriamos apenas lembranças
Então, bendita máquina
Bendito dia
Bendita a hora que estivemos juntos
Benditos sejam todos os dias de nossa existência
Bendito o dia
Que invadiu meu peito
Numa transmissão telepática
Auxiliada pela máquina.
Bendito o futuro
Bendito o nosso encontro
Bendito o nosso beijo
Haja o que houver
Benditos nós dois.

COBIÇA





Morro de inveja de textos sobre o amor
Sobre o amor desnudado, despudorado
Tenho uma imensa satisfação quando leio
Sobre um amor saciado ou saciável
Textos lúbricos! - Escrevê-los não é fácil
Mostrar o que se deseja, o que se tem vontade
Declarar satisfação plena
Cevar-se com palavras impudicas
Não é pra qualquer um
[Falar de amor fraterno,
amor a natureza - isso eu faço,
e não vejo vantagem nenhuma]
Estou falando de amor carnal
De transa, cama, sexo, desejo
Estou falando de palavras, sem tabuísmo, gozadas
De lágrimas escorridas de satisfação no papel
Estou falando de alma levitada
Estou falando de corpo trêmulo
De respiração ofegante
De mordidinhas de lábios
De carícias nos seios
De sopros e arrepios
Todas as vezes que leio um texto sensual
Morro de inveja do motivador daquilo tudo
Pois nunca vi um texto sensual
[Eu disse sensual e não erótico]
Feito por um homem
São sempre as mulheres que enaltecem
Seus parceiros no amor
Feliz daquele que provoca no outro
O desejo de declarar no papel
O que lhe foi dito em sua orelha
Morro de inveja de textos sobre o amor
Pois estou lendo uma declaração feita
Não para mim e sim para um outro.
Morro de inveja, nesta hora, do provocador!!!

QUESTÃO DE TEMPO/PONTO DE VISTA




Não tenho tempo para ficar pensando no certo ou no é errado
Não tenho tempo para largar tudo e ficar a sua disposição
Não tenho tempo para pensar no que já passou
Não tenho tempo para ficar à espera de algo
Não tenho tempo para conversas fiadas
Não tenho tempo para pedir desculpas
Não tenho tempo para desperdiçar
Não tenho tempo para ouvir-te
Não tenho tempo para perdoar
Não tenho tempo para mim
Não tenho tempo para ti
Não tenho tempo
Não há tempo
Não há
Tenho
Tenho tempo
Tenho tempo pra você
Tenho tempo pra nós dois
Tenho tempo para me divertir
Tenho tempo para sentar-me à mesa
Tenho tempo para ouvir-te com calma
Tenho tempo para refletir sobre os meus erros
Tenho tempo para pensar no ontem e melhorar o hoje
Tenho tempo para esperar, calmamente, a tempestade passar
Tenho tempo, muito tempo, sobra tempo, todo o tempo do mundo pra amar você

Rara flor



Colocaste a cara na janela
disseste bom dia e te foste
Se batesses na porta
ouviria um pode entrar
Teria uma grata surpresa
encontraria flores sobre a mesa
tão rara como a tua beleza
tão negra como o teu samba
tão bamba como a arte que te encanta
e a tantos desencanta
Colocaste a cara na janela e não sentiste o aroma
do teu próprio samba no ar
Mostraste a superficialidade própria de tua idade
que ainda não é bamba na arte que quer entrar

Paulo Francisco

TRIBOS























Todos pintados
Todos de negro
Unhas negras
Olhos negros
E a certeza:
¨Somos iguais!¨
O mesmo pensar
O mesmo gostar
Silenciosos
Andrógenos
Vagueiam
Em noite
De lua
Nas ruas
Escuras
[Esses adolescentes...]
Todos clonados
Um só pensamento
Se for para o bem
Tudo bem
Mas se for para o mal
Tudo mal
Roupas coloridas
Cabelos parecidos
Compridos
Curtos
Sem cabelo
Grito de guerra
Símbolos construídos
Pele marcada
Se for para o bem
Muito bem
Mas ser for para o mal
Muito mal

BICHOS XVII




O GATO VICTÓRIO


Preto e branco - gato malandro
vive nos cantos e até no telhado
anda macio, não é percebido
só o canil lhe é proibido
manhoso!
dengoso!
atrevido!
torna-se o dono do lugar
no sofá ou no tapete
ele adora cochilar
sai de mansinho... sorrateiro
à espreita de seu jantar
pega lagartixa...
derruba mariposa...
mas que pulo certeiro!
tem esse gato arteiro.
seu nome é Victório
sua dona é a Eloá
dona Claúdia desesperada
dana a gritar: Victóóóóriiiiooooo!
e o danado não é que atende
chega de mansinho, todo contente.
É hora de se alimentar!

BICHOS XVI

PINGUIM














Vai entender esse fato!
É terrestre, é aquático
Tem asa, mas, não voa
e com elas nada numa boa
Bota ovos pra procriar
Cuida de sua cria invertendo as tarefas
Come peixe, come krill
e quem sabe plâncton e cefalópodes
Vive numa fria, nunca fica de ¨bode¨
Muita gente nunca viu - está sempre nas geleiras
E ´por aqui, nas geladeiras enfeita.


Paulo Francisco

VAZÃO

É maré cheia
Noite de lua
Estrela no ar
É arrepio na nuca
Vontade de amar
Amar simplesmente
Simplesmente amar
É taquicardia
Vertigem
Falta de ar
É lua vermelha
Corpo orvalhado
Embriagado
Glutão!
É céu estrelado
Rendado
Recuperado
É corpo mexido
Atrevido
Insensato
Saciado
Coração...

RECOMEÇO




















Corpo/ Mente
Tudo dói
Corpo velado
Mente apagada
Alma somente alma
Olhos fechados
Lábios ressecados
Braços amputados
Pernas também
Espaço-tempo
Corpo siderado
Corroído
Moído
Esquecido
Tempo-espaço
Opaco
Vetado
Corpo/Mente
Tudo dói
Alma somente alma
sumindo
indo
indo...
Não mais!
Mágoa
Não mais!
Desesperança
Não mais!
Desamor
Não mais!
Corpo/revelado
Mente/sã
Alma/sentinda/parida
Vindo
Vindo
Vindo
Voltei!
Recuperado
de você.

ESTIO














Tenho sede
Sede de amar
Sede de viver
Sede de ver
Sede de sentir
Sede de afagar
Sede de cumprir
Sede de realizar
E para matar
A minha sede
Só você...

TENSÃO




Sopro
Ar quente
Arrepios
Corpo enrijecido
Respiração ofegante
Sopro de vida
Ar que alimenta
Corpo a corpo
Transfusão de sentido
Vida a dois
Nós dois
Uma esperança

ROMANCE






































Eu apenas era um menino
Em seu colo
Querendo aconchego
Para sonhar
Esquecendo de mim
Congelando o tempo
Sentindo seu cheiro
Grudado a ti
Eu era apenas um homem
Em seus braços
Querendo proteção
Lutando
Respirando seu cheiro
Transcendendo...
Eu era apenas um velho
Aos seus pés
Querendo perdão
Para sobreviver
Desejando inutilmente
Voltar no tempo
Ser amado
Eu...sou apenas passado
Começo, meio e fim
E nada mais...

FLORES-HUMANAS

Se fosse uma flor qual seria
uma margarida
um girassol
um cravo
uma rosa
um jasmim
ou seria uma perfeita orquídea
se pudesse ser uma flor-humana
qual a cor que gostaria de ter
vermelha
azul
lilás
amarela
branca
ou seria multicolorida
se pudesse conviver
com seus semelhantes
seria uma corola
uma sépala
uma folha
ou uma pequena semente
diga
se pudesse ser uma flor
o que seria
diga, por favor.




















Agora diga!

SOU




Não tenho asas
Mas tenho braços
E com eles alço
Vôos
Viajo
Num mundo
Só meu
Nele sou dono
Sou rei
Tenho as nuvens
O sol
A lua
Meu mar é esmeralda
Meu céu azulindo
Tenho todas as cores
Sou sempre menino
Inventando
Criando
Brincando...
Não tenho rodas
Mas tenho pernas
E com elas
Corro
Viajo
Em mundos
Alheios
Sou hóspede
Peregrino
Tenho amigos
Construo vidas
Empresto a minha
Não tenho tudo
Mas tenho alma
E com ela
Aprendo
Ensino
Sorrio
Choro
Não tenho a ti
Mas tenho a mim
E assim
Livro-me da desesperança
Não tenho muito
Mas divido o que tenho
Não sou poeta
Mas escrevo
No que acredito.

NEGRA-FLOR









































Olhos negros
Cabelos negros
Pele negra
Bela negra
Bela na cor
Bela no olhar
Bela em ser
Negra
Negra bela
Negra-flor
Seus olhos são negros
Seus cabelos são negros
Sua beleza é negra
Negra de toda cor

AMOR BANDIDO








Rastro de pegadas
no tapete da sala
coração atingido
coração aflito
lavanda no banheiro
travesseiro marcado
amor carnal
amor desigual
rastro de pegadas
no peito ferido
coração foragido
coração sofrido
florais na casa
cinzeiro cheio
amor banal
amor forasteiro
rastro de pegadas
de um amor bandido
fossilizado na carne
não quer ser esquecido

SEGUNDA - FEIRA

Era certo. Quando aparecia no trabalho na terça-feira, todos sabiam que a segunda não foi de brincadeira. O homem sempre chegava de mansinho, passos curtos, a cabeça pouco mexia tamanho o seu peso, era sempre assim, as dores no corpo sinalizavam, que a segunda fora perfeita.
Raro uma terça-boa, quando isso acontecia era, sem duvida nenhuma, reflexo da inexistência da segunda.
Copos e mais copos de água deixavam-no reabilitado logo, assim, a terça não era improdutiva, cumpria com suas obrigações.
O que ninguém entendia era que a mazela de terça-feira era importantíssima para sua vida. Quando a terça passava como um dia qualquer, podia-se apostar que algo de errado estava acontecendo com ele. Um amigo, sabendo de sua rotina, ao vê-lo passar se arrastando em passos curtos e corpo duro, pergunta:
- E aí? Como foi sua segunda-sem-lei? Ele responde, sem mexer muito o corpo em frangalhos:
- Perfeita!
O camarada não bebia no final de semana, odiava compromissos de sábado e domingo e por isso, adotou a segunda–feira para se divertir, jogar conversa fora com alguns amigos, ou não. Saía do trabalho como se fosse para uma festa. Ao contrário dos outros dias, na segunda, ele estava com sua melhor roupa e mais perfumado. Na segunda, ele sabia que só encontraria profissionais da noite, pessoas que sabiam o que estavam fazendo. Não esbarrava com alcoólicos amadores de finais de semana; não encontraria casas cheias e barulhentas. Odiava mesas repletas de pessoas comemorando o aniversário de alguém. Exclamava sempre:
- Vão comemorar em casa, porra!
Se estivesse num local e ouvisse aquele coro de parabéns pra você... saía imediatamente.
Então enchia a cara no dia em que todos estavam de ressaca.
Vai entender!
Ah! Pior que ele não era o único.

UMA NOITE


















Música no ar
corpos colados
num único respirar
cadenciados corações
desejos telepáticos
chamas acesas
mistura invisível
fórmula de amar
peles unidas
úmidas e quentes
escuridão colorida
na mente da gente
olhos fechados
fingimos não ver
o despudor de nós dois

UMA CANÇÃO





















Espere por mim
Enquanto não chego
sinta minha voz na madrugada
E se o vento não me levar
as palavras levarão até você
Espere por mim
da mesma forma que espero por ti
Esperar é uma esperança
Esperar é ter vontade
Esperar é ter certeza de algo
Esperar é ter você
e saber da existência de nós dois

TEIMOSIA

























Não queria (nem) saber, teria que dar certo.
Como?
Sabe-se lá!
Mostrar que errou, que se precipitou, nem pensar!
Então, faria dar certo, mesmo que não desse...
Era tão fácil! Bastava mentir
Se desconfiasse, inventaria.
Se perguntasse, fingiria.
O certo era calar-se
Porque teria que dar certo
Mas se não desse?
Sofreria, mentiria, inventaria, calaria.
Porque teria que dar certo...
A sua teimosia.

DESCOBERTA






















Não olho ao espelho
evito enxergar-me
morro de medo
da descoberta
não olho o meu interior
pois definho numa solidão
numa paixão
sem fim...
não olho mais ao espelho
evito enxergar-te
dentro de mim
não abro meus olhos
estou cego
cego de medo
medo de ti

ANÔNIMO
















Tento ser forte
escondo-me
numa arrogância
que não é minha
criei um escudo falso
para proteger-me
da fragilidade
instalada em mim
às vezes o silêncio
faz-se necessário
e nesse momento
de vulnerabilidade
é inevitável
o anonimato.

TELESCÓPIO











Olho calmamente cada milímetro existente
Num campo escolhido por mim
Observo cada brilho ali contido
A procura de um brilho só seu
Descubro que é inútil a minha busca
Pois não preciso encontrar o que já tenho
O brilho de seu olhar, a luminosidade de seu sorriso
O arder de seu corpo, a claridade de sua alma.
Não preciso de um telescópio
Quando tenho o seu olhar
só pra mim.

SONHO






































E na parede do quarto
uma imagem aparece
teu rosto nasce
espelhando meu querer
assim permanece
meio alegre, meio triste
onde estarás
longe luar
uma estrela sorri para mim
a doce manhã comparece
nuvens densas invadem meu espaço
acordo suado... sonhei com você

ESSÊNCIA





















Caminho por estradas vertiginosas
Em trilhas de areias pesadas
Por dunas movediças e escaldantes
Sem a certeza de chegar
Passos largos em busca do futuro
Em caminhos confusos
Passos curtos em busca de algo
Que ainda não sei
Pés calejados de um andarilho
Que não se cansam
Lugares pedregosos
Pisos pontiagudos
Temo enfrentar
Caminho à procura da razão
Busco a maciez da grama
O frescor da areia molhada
Caminho de pés descalços
Para ter certeza de minha existência.

SOMENTE PALAVRAS



Calo-me nesse sofrido momento
Deixo-te por um breve instante
Para poderes nestes dias incessantes
Perceber que nem tudo está a contento
Com as tristes palavras adormeci
Acordei com o coração partido
Sem saber o que realmente acredito
O amor? Já não sei mais
Se me calo nesta hora maldita
É para que não haja sofrimento
Benditos quem no amor acreditam
Na ilusão do falso juramento
Palavras instantâneas de amor são ditas
Num necessário e furtivo contentamento.

SOMBRA



A porta abre.
A luminosidade adentra de maneira estúpida mostrando o que não queria revelar-se
Descobre-se estampas envelhecidas, louças encardidas;
Descobre-se o que não queria manifestar-se: sentimento adormecido, esquecido, enterrado.
A porta se fecha.
A sombra marcada pela luz instantânea permanece como um carimbo incolor
A luz que lá fora permanece tenta invadir as frestas úmidas, quase apodrecidas, do espaço sombrio de um pântano humano.
Há luz lá fora.
Aqui dentro? Claridade perdida pela idade.
A porta não mais abre.
A escuridão permanece.
Perdida por um tempo que já fora.
Desintegrada pela luz do amanhã.

ALMA



A resistência heróica de um pardo confiante
Esquecido na bruma macia de uma manhã qualquer
Invade a melancolia gritante dentro de seu próprio ser
Jogado na sarjeta poética numa rima constante
Esbraveja sua dor adormecida no eco da escuridão
Vem em passos largos a procura de algo
Que não está num caldeirão reluzente
Tampouco no celeste amanhecer
Cerra a alma em ilusória cela
Distorcida por ser cambiante
Sofre calado o heróico pardo
Por um amor que não quer esquecer.

PASSAGEIRO



































Navego perdido no tempo
De um amor esquecido
Margeio em seus pensamentos
Digo sim quando quero dizer não
Contra-maré vou seguindo
À procura da razão
Quebro a barreira do tempo
De um amor adormecido
Digo talvez quando quero por inteiro
Sou mendigo em busca de uma solução
Navego no tempo a procura de um coração
Nessa estrada sou passageiro solitário
A procura de alguém
Navego perdido em mim.

ETERNO






































Hoje o dia é mais bonito
é mais brilhante
é mais azul
é mais ouro
Hoje você é mais bonita
é mais amante
é mais poesia
é mais meu Amor
Hoje você é mais que tudo
porque ontem já passou

PARADOXO





Já morri de amor várias vezes
já chorei
já esperneei
já implorei
todos eles eram eternos
e foram
hoje não estou morrendo
já não choro
já não esperneio
tudo está sem graça
vidinha besta!
sem cobrança
sem beicinho
sem juras eternas
Gosto mesmo da ressurreição
morrer de amor! Até que é bom

DISTÂNCIA

















No canto um ninho
seco, leve, oco
já não há vida
e se houve, onde está?
olho para a janela
na esperança
de ouvir o seu canto
fixo-me no horizonte
na tentativa de vê-lo
fazendo piruetas
no ar...
Olho para os lados
quem sabe,
não me surpreendes
com seu jeito leve de ser
[inútil!]
No canto um sonho
seco, leve, oco
Já não há esperança
voaste para longe
longe de mim...

A QUESTÃO


































Tenho medo de esquecer
As vezes penso
Existo?
Não sei
Tenho medo de lembrar
As vezes lembro
[também esqueço]
Se lembro, penso
Pensarei?
Quem sabe!?
Só o tempo dirá!

PASSATEMPO



Livre - pensamento
Desejo - guardado
Tempo  no tempo
Tempo/Especifico/Partido
Espaço-tempo
Abstrato-tempo
Tudo há seu tempo
Tempo-tempo
Nada parado
Conjugado
No tempo
Meu tempo
Seu tempo
Tempo-livre
Tempo-guardado
Esquecido no tempo
E eu...
Intemporal

RECADO















Vá a procura de seu sonho
olhe a beleza da vida
utilize seu sorriso
conheça a si mesma
oferte um olhar malicioso
não negue seus pecados
tenha sempre razão
invada corações alheios
neutralize a tristeza
use a sedução
ame com paixão
ria de seus erros
tenha sempre convicção
espere na janela
amanheça tão bonita quanto ontem
mostre-me seu medo
adormeça em meus braços
não deixe de dizer não
diga-me: ¨Te - amo¨
ouça o seu coração

SIMPLICIDADE





Depois de um dia inteiro
de trabalho sufocante
corro pra casa
abro a porta
te sinto
te vejo
cheiro de saudade
olhar de desejo
beijo a vontade
amor verdadeiro

ROMÂNTICO



Escrevo sem pudor
as minhas dores
os meus amores
escrevo sem culpa
os meus desejos
as minhas vontades
sou perverso - confesso
me desnudo
pra lua
namoro as estrelas
me lavo em águas
marinhas
[desprezo as turvas]
sussurro ao vento
tento...
encanto o tempo
invento...
faminto e sedento
sei!
morrerei de amor.

CATAVENTO



















Venta!
Corpo acanhado
E neste acanho
permaneço imóvel
Ele, acantoa - Eu, me calo
Ouço seu grito
Lamento triste que traz dor no coração
Venta, ventania! Grite sua dor
E nesta vida embrulhada
Permaneço zeloso, atento a sua entoação
Que ziguezagueia neste mundo
de calmaria e tufão.