ESPELHO



Quando penso, deixo tudo acontecer
Vem em mim, euforia assistida
Não sou noite
não sou dia
A penumbra me assusta
A claridade me cega
Quando paro, deixo tudo seguir
Paira em mim a depressão escondida
a alegria inexiste, a felicidade efêmera
Quando acordo, descubro a cinética
percebo de maneira infantil a pureza da vida
Sofro quando cresço, choro quando penso
E agora diante de mim, fico calado
Permaneço hipnotizado a frente do que desconheço
Sou triste, sou alegre
Simplesmente sou o que devo ser
Um menino?
Uma canção?
Um louco?
Talvez um boçal!
Boçal como você
Como o nosso querer
Desejo impossível
Pensamento inesquecível
Vontade adormecida
Quando penso, deixo aparecer:
a vontade
o desejo
a maldade
a perversidade
de um homem
de um velho
de um ser

Paulo Francisco

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