Durmo contemplando o céu marinho, acordo com ele azulzinho. Não gosto de discursos, gosto mesmo é de poesia. Odeio conversas fiadas, mas adoro uma boa história contada.
Sei que sentirei saudade, mas que ela não me seja perversa. Sei que chorarei por mais tempo, mas que elas, as lágrimas, não me afoguem em soluços. Sei que outro estará em seu lugar, mas que ele, o amor, não me flagre em seu nome. Sei que um dia irei morrer, mas seria tão bom se nesse dia, pudesse estar em seu colo. Aí, todos diriam: ¨ ele viveu de amor.¨
Quando o tempo já não tem mais significado; quando a mala permanece vazia e a viagem prometida se aproxima; quando o que se leva não é pecado; quando o que se quer deixar é somente sorriso, quando a única palavra que cabe é adeus.
Todos os meus amores foram doces - cada qual com o seu sabor. Todos os meus amores foram válidos - cada qual com seu valor. Todos os meus amores fizeram-me cor. - cada qual com o seu pincel. Todos os meus amores formaram meu céu -cada qual com sua nuvem. Todos os meus amores moraram em meu coração, porque foi lá que os deixei morar. Todos os meus amores têm um nome, mas a somente um chamei de ÚNICO.
Eu não sabia o que era. Encantava-me atravessar aquela rua de ponta a ponta. Ambulantes diversos e mulheres dançando. Nenhuma outra rua era como aquela, onde se podiam ver mulheres nuas na janela. Eu não sabia que estava passando pela rua mais famosa do Rio. Segurando a mão de meu pai, cortávamos caminho pela Pinto de Azevedo – a rua mais frequentada do Rio de Janeiro. Eu não sabia o que era, mas encantava-me passar pela zona.
Entrei no blog da Eva e estava lá um monte de cores e ao fundo a música de Sergio Sampaio. Voltei aos anos setenta pelas cores e pelo bloco que coloquei na rua e nunca mais tirei.
Sou assim, um tanto louco que dorme, às vezes, de touca e brinca carnaval o ano inteiro.
Gosto de ser feliz e, sem escrúpulo nenhum, retiro-me da sombra para banhar-me em raios solares, raios coloridos como os que desejam Maria Luiza em plena segunda-feira; raios que também surgem nas Searas de versos de Lidia.
Claro que quero todas as cores, mas quero também o sabor da Viração de Yayá com tão belas imagens.
Entrei no blog da Eva e de lá parti carregado pelo vento e no controvento da prosa viajei.
Acendi o candelabro do amor e junto com Valeria Soares rimos e choramos a real virtualidade dos personagens de Paula Barros.
Ainda com o bloco na rua, sorri com o belo texto de Marly. É sempre um bel prazer lê-la.
Serei sempre um aprendiz da felicidade como Loivarice.
Não, não é somente amor, é mais que isto, é Rô com o seu rosa de todos os tons!.
Não, não são momentos teus, Isa, são nossos também, e por você viajamos sempre além-mar.
Dizem que eu acredito, demasiadamente, na lua e em céus e, por isso, caio sempre do galho. Mas como não acreditar na possibilidade de amar? Como não namorar o luar e costurar estrelas com Noemyr? Como não me derreter e me espichar como a gata da Lis - do flor de Lis, nas nossas madrugadas silenciosas.
Por isso, meu bloco nunca saiu da rua e com ele vou aprendendo com o Sandro Ataliba, desvendando palavras com o Heron Xavier, curtindo os textos de Ludugero, de Luis Coelho e fazendo uma leitura com a Audrey.
A vida é feita de momentos. Eu acredito na possibilidade de se amar por inteiro e não pela metade. Entende? Teoria só em dias genéricos. Quero a prática; quero verdade e não a falsidade que te enterrou.
Quero céu estrelado e não nuvens negras falseando a noite. E é por isso que in foco, vou assimilando as reflexões de Vivian e os poemas sem peias de Ivone, minha amiga querida.
Eu acredito na felicidade a dois e vejo o futuro nos multiolhares dos devaneios da menina Michele.
Eu acredito na esperança de Chica em seus cantinhos.
Eu acredito no Sol de Esteva e seu sonhar acordado.
E o céu? Aquele que tanto falo, e que Marly, adora brincar comigo. Ah! Ele esta aí em cada um de vocês. No modo suave de escrever de Simone. No doce amor escancarado do no cores de meia idade que não tem medo de ser feliz. No amor eterno em algodão doce de Valéria C, nos textos ácidos da Srª Nathy.
Meu céu tem todas as cores em sua transparência e, nele, viajo com Evanir em conexões imediatas Brasil-Portugal- Espanha - Brasil.
É..., meu bloco viaja por aí, rabiscando almas com a Majoli, pintando o sete com Maria Helena.
E quando posso estampo em meu bloco as fotografias de Marcio Oliveira que reflete e espelha amigos junto com Cathio e Afonso.
Com o meu bloco, vou levando o silêncio de Cristina lira; vou lendo, escrevendo e vivendo como Gisa e sua magia. Vou amando com Rosane e espiando a intimidade de curiosa.
Com o meu bloco vou descartando o pecado e mandando o meu recado. E de quando em quando vou guardando alguns beijinhos embrulhados.
Levo em meu bloco ¨O mente hiperativa¨ ou seria Fernando? E pra recuperar o fôlego uma paradinha na Casa de Rau para prosear com Nanda e ler mais um de seus textos.
Sim, eu posso ter fugido da briga, porque sou da paz e eu não posso me perder na minha própria vida.
Sim, há quem diga que o Durango Kid quase me pegou, mas fui salvo pela nobreza de quem mora no matagal.
Há quem diga que eu não sei de nada, mas o que importa nesta vida é o relógio de corda por onde sei quanto tempo tem o tempo que ainda não chegou.
E em cima de meu carro alegórico amadeirado, construído por Lena, vejo no recanto do sol a Vera e seus lindos textos.
E com o projeto de Marcelo grito: cem por cento Brasil!
E com a diversidade das cores de Solange, exclamo:
Parole! Parole!Parole!
E na reticência deste recado, deixo anunciado, com a tinta de pitangas doces, momentos fragmentados nas dos versos em reversos nos retalhos do que sou.
E depois de muitas luas, Pego emprestado de Janaina sua esferografia e quase chegando ao final da escrita, deixo para a Graça Pereira a minha reverência de sua tão bela escrita.
E mesmo não entrando com freqüência na cova do urso e a vida tem desses momentos, deixo a minha utopia ativa, porque hoje é carnaval e aqui tem de tudo um pouco: tem palavras soltas, tem flor do Lácio, tem sentimento escrito e tem muito mais, tem até espiculas de rodinha.
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval...¨
Vou citando Sergio Sampaio e lendo um pouco a Escritora. Ver bons textos postados à beira mar.
Vou copiando meu afilhado e dizendo: fala tu, que entre flores e livros, luar e feiticeira, façamos como Zilmar: temos que recomeçar.
E que não seja somente com cor,e que não seja somente com ação, que seja de verdade com CorAção.
Vou transgredindo neste mundo de questões e perguntando: Por que você faz poema? E aos olhos da alma, neste mundo suspenso entre o construir e sonhar, vou levando, minhas palavras.
E na certeza que cabe mais gente nesta folia, mas sem tempo pra puxar, vou cantando só alegria, curtindo sabor e história, e admirando o trabalho em cerâmica da Ma.
E tudo começou quando entrei no blog da Eva, puxei a cadeira, sentei e curti as cores, a musica, o texto.
Viajei entre artes e escritas e recebi de bom agrado beijos achocolatados.
E eu, quero mesmo é botar o meu bloco na rua, espelhar e espalhar amigos neste mundo de pensamentos, fotos e devaneios.
Vou caminhando e fechando o texto entre o real, o virtual e a ficção.
E nesta tremenda confusão, vou cantando o refrão:
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Ah! Pudera voltar no tempo. Pediria perdão a todos os amores esnobados. Assim, quando voltasse, Seria mais amado e teria um deles comigo. Ah! Se eu pudesse...
Se estou numa corda bamba que ela então me balance gosto da sensação de viver num movimento pendular porque sei até onde posso ir adoro os trancos que a vida me dá me mantém acordado
E na madrugada ele vai embora deixando para trás um rastro de pecado saciado entranhado na carne machucada de uma paixão perdida - proibida E na madrugada ela fica guardiã do desejo do cheiro nos lençóis molhados manchados - cheios de pavor
Muito prazer!
Sou o caixeiro
que viaja
neste céu estelar
e faço dos raios lunares
das madrugadas
azuladas
minha estrada
Em corações alheios
oferto amor
mesmo que seja
volátil o seu perfume..
Muito prazer!
Sou mais que passageiro
sou condutor de meu peito
[mesmo que rebelde
atravesse a linha da razão]
Sou eu, quem abre o peito
com as duas mãos
para que este coração
caixeiro
navegue em mundos mil
deixando o sol mais vermelho
e o céu mais azul.
Muito prazer!
Sou o caixeiro viajante
que bate porta a porta
vendendo sonhos
llibertando corações...
Tentei outras bocas Segurei em vários braços Agarrei em muitos corpos Caminhei com outros passos Num mero acaso Vago em noite frias À procura de ti Um encontro casual Um drinque no bar Arrependimento depois Não te esqueci.
Dói dói como uma canção de despedida como a perda de um membro Dói dói como uma ferida aberta como uma queimadura de sol como dói a saudade que tenho de ti já não canto já não ouço já não sei ser eu sou pedra sou sombra sou dor sou desesperança sou desamor e se você não volta me perco enlouqueço tenho dor Volte! recupera o que era teu minha alma ainda é tua salve esta vida perdida sofrida não deixe meu coração ateu.
Partidas e despedidas fazem parte da vida
então não venha, meu amor, com essa tristeza
cheia de nobreza - dizendo que eu não ligo
Te digo: foi bom enquanto durou
mas eu sou mesmo assim - não me fixo
sou do mundo
as correntes já foram quebradas
E com as asas brotadas navego em ares quentes
plano/voo/não corro/caminho em estradas sinuosas
não importa se tortuosas
sou vagabundo que se apaixona em cada esquina
sou volúvel
sou vadio...
Fui simplesmente um gato em teu telhado de zinco.
Na busca de um amor perfeito
ela se despetala
em bem e mal-me-quer
corola nua, alma nua
Perdida em camas cruas
volta sempre pra casa
em mal-me-quer
Na busca de um amor -perfeito
ela se despetala
em cada esquina
em cada rima.
Seu príncipe, coitada,
é um sapo
só ela não sabe.
Pequei
Ah, eu pequei!
Amei-te
alucinadamente
- demente fiquei -
e não percebi
tanta rejeição
tanta sabotagem
tanta sacanagem
tanta bobagem
por parte de ti
Pequei
Ah, eu pequei!
Quando acreditei
num amor
e esqueci
que amar
é duo
é cumplicidade
é mais que vontade
é verdade
é felicidade
é viver feliz
Pequei
e não pedi
perdão a Deus
quando eu
O acusei
da existência
de tamanha maldade
Pequei
Ah, como eu pequei!
Quando não acreditei
no exibicionismo
diabólico
e acusei somente
a Ele - Deus
por não ser amado
por não ser respeitado
pelo amor que tive
Ah, como eu pequei
quando acreditei
na possibilidade
de nós dois.
Aqui em casa é tudo tão igual
a mesma paisagem a admirar
um verde escuro a me cegar
mata preservada na sala
lindas montanhas no quarto
gaviões, coitados,solitários a planar
passarinhos, espertos, a fugir
é tudo tão igual...
o Sol, bem cedinho vem me dá bom dia
a Lua, tão meiga, me vigia a noite inteira
e quando a natureza zanga-se comigo
esconde de minha visão tudo isto
mas, como sou bonzinho, ela, a natureza.
vem vigiar-me num véu prateado
e quando percebe que estou triste
ela chora...
eu sei
vejo marcas na janela.
são lágrimas a escorrer
aqui em casa é tudo tão igual... eu sei.
Andando distraidamente pelas calçadas em Rios das Ostras, não tinha percebido ainda uma loja funerária por ali. Sorri quando vi o escudo de meu time estampado na tampa de um dos caixões. Pensei: ou o proprietário da loja odeia o Fluminense ou o ama demais. Mas ao olhar para o fundo da loja tive a certeza de que ele o amava. Tinha também estampado em outro caixão a bandeira do Brasil.
Quando cheguei à garagem encontrei Olga caída. Estava morta. Estranhei o silêncio das cadelas durante toda a noite e parte do dia. Mas não imaginava que o silêncio já era pelo luto da que tinha morrido. O luto demorou por mais cinco dias. Todas em silêncio. Nem um latido. Sá - mãe de Olga - olhava-me triste e perguntava-me através de grunhidos: Por quê? Por quê?
Eu respondia: Não sei! Não sei!
Depois delas, nunca mais quero chorar por cachorra nenhuma.
Faço-me silêncio
na claridade noturna
não grito
não insisto
Permito-me sonhar
depuro-me em luz lunar
visto-me de estrelas
e clareio o meu viver
não sou Merlin
nem Myrddin
me cubro de reais ilusões
O que fazer,
se sou sonhador!?
Ah, nem tão louco
nem tão lúcido!
sou apenas navegante
- um bardo inspirado
em teus olhos negros
Mas hoje, me faço silêncio:
não falo
não insisto
Apenas a observo
a sonhar comigo.
Tantos começos
e tantas tentativas
Descobertas incompletas
represadas
Metades cortadas
e almas consumidas
Velas desperdiçadas
e chamas perdidas
Caminhos criados
e pegadas apagadas
Amores abortados
e tristezas paridas
Tantos começos
e tantos finais
[marginalia vivida
vida bandida]
INFERNO ASTRAL
Recomeço na mesma filosofia