SOMBRA



A porta abre.
A luminosidade adentra de maneira estúpida mostrando o que não queria revelar-se
Descobre-se estampas envelhecidas, louças encardidas;
Descobre-se o que não queria manifestar-se: sentimento adormecido, esquecido, enterrado.
A porta se fecha.
A sombra marcada pela luz instantânea permanece como um carimbo incolor
A luz que lá fora permanece tenta invadir as frestas úmidas, quase apodrecidas, do espaço sombrio de um pântano humano.
Há luz lá fora.
Aqui dentro? Claridade perdida pela idade.
A porta não mais abre.
A escuridão permanece.
Perdida por um tempo que já fora.
Desintegrada pela luz do amanhã.

Um comentário:

Encantadora de Abelhas disse...

Viajo nos seus versos... Como é belo esse passeio!
Bj