Trânsito pesado
gente estressada
porta travada
Estou cansado!
cansado da ladainha
do olho da vizinha
da mesma vidinha
da mesma farinha
no pão
de todos os dias
Estou cansado
dos mesmos ladrões
com seus números
registrados
Não voto não!
Estou cansado
da bala perdida
da grande fila
por um tostão
cansado estou
da bolsa-família
da barriga vazia
do rio sem peixe
da poluição
Estou cansado
de bater no vento
de um novo experimento
de um grande evento
carro na contramão
estou cansado
do disse
me
disse
da indecisão
Estou cansado
dos sociopatas
e de suas fobias
chacinas no morro
avalanches de dor
tiro na nuca
de menino
do falso doutor
da menina na esquina
do falso-educador
Estou cansado
com o pires na mão
Então o que fazer?
arregaçar as mangas
mudar esta situação
Deixo o meu grito
neste texto comprido
que não acaba não
9 comentários:
Arregacemo-las, vamos mudar o final, já que o começo começou há tempos.
Abraços.
Este texto comprido e delicioso é verdadeiramente um grito, Paulo! Arregacemos as mangas, pois! Beijo
Sim amigo, uno-e a ti nesse grito de revolta! Unamos-nos pois, e façamos a difença...
Amei teu profundo e intenso texto! Aplausos!!! Uma linda tarde de domingo pra você...
Carinhos... Bjsss
Poema mais do que atual... Educativo, nos leva a reflexão... Você é fera nas escolhas dos temas...
Blog único.... Parabéns
Obrigado pelas visitas em meu blog
http://windersonmarques.blogspot.com/
É, há dias assim...
Cansaço...toma conta de nos.
Abraço dos Alpes
Meu Amigo
Texto comprido
porque o cansaço é extenso
o destino é uma estação
onde tudo foi lido.
Cansaço imenso
que chega ao coração!
Já não há ternura
nem sentimento
que aconchegue o corpo...
E nesta louca procura
perde-se o alento
porque tudo está torto!
Respiro cansaço
falta-me o ar
que me atira ao chão!
Mas vou dar um passo
para tudo mudar
e ao cansaço, dizer:NÃO!!
Bonita esta poesia interventiva e actual! Mas podemos mudar tudo se dermos as mãos...
Beijo
Graça
Paulo, há um presente pra ti lá no meu blog, espero que curta, é o trabalho que faço.
Abraços.
Eu mudaria tudo... quase tudo! Não mudaria nada nesse texto primoroso.
Beijokas.
Seguindo...
Paulo,
Poema muito especial, pois como o compreendo. Há dias assim.
Abraço,
António
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