Durmo contemplando o céu marinho, acordo com ele azulzinho. Não gosto de discursos, gosto mesmo é de poesia. Odeio conversas fiadas, mas adoro uma boa história contada.
MORCEGO
Dores
vestigiais
cicatrizes
fechadas
lembranças
mornas
[polidez]
Vago
vagarosamente
quase demente
em ruas frias
cheias de putas
paridas de feridas
vivas
sou cria da noite
sou coruja
rapina noturna
morcego voador
à procura de sangue
quente
e antes de me retirar
navalho com os meus dentes
uma jugular
e quando volto de meu passeio
noturno
durmo
durmo
durmo