tag:blogger.com,1999:blog-48041016900961135052024-03-13T08:33:53.162-03:00CoReS e NoMeSDurmo contemplando o céu marinho, acordo com ele azulzinho. Não gosto de discursos, gosto mesmo é de poesia. Odeio conversas fiadas, mas adoro uma boa história contada.Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.comBlogger829125tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-6573267849005294952017-01-11T21:53:00.001-02:002023-10-03T21:51:05.849-03:00Inútil
Está tudo escondido
no escuro do armário
Um dia tudo será
inútil
- enterrado
- petrificado
Registro desbotado
de um sentimento fossilizado.
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-50548594691212121042016-10-11T00:26:00.001-03:002018-08-26T02:41:27.145-03:00Íntimo
Em dias apagados como o de hoje
em que a tarde se tinge de cinza,
a noite certamente chegará sem brilho
e os amantes provavelmente não terão a lua
Tranco-me em meu quarto escuro
e viajo em pensamentos iluminados
Neles há a esperança de um amanhã dourado,
quente e colorido nesta primavera tão acanhada.
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-39918092794868169732016-09-20T00:18:00.000-03:002018-08-26T02:41:44.508-03:00Jardim
I
Suas pétalas tatuavam
meu corpo
Era flor que
desabrochava em minha face
Seu néctar saciava a
minha sede
E as papilas afogavam-se
em vontade.
Ainda não chegou a
primavera
Mas os botões já se
transformaram em flores
II
Rosas
Margaridas
Acácias
desabrocham
a
toda hora
a
revelia
perfumando as minhas
noites
e
até mesmo
os
meus dias.
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-45499882665890429572015-11-08T14:18:00.000-02:002018-08-26T02:43:36.451-03:00Feixe
Encontro-me nesta cela de angustia
entre a penumbra e a escuridão
Sei que o que vejo não é miragem
estou plenamente lúcido
limpo
Estou em mim!
- não é vertigem o que vejo
Entre o negro e o cinza
persiste uma nesga de brilho
Entre meu corpo e minha alma
há um vácuo a ser preenchido
Há uma nesga de luz
entre o negro e o cinza
e uma pedra que brilha.
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-36949285513079591462015-08-29T05:51:00.002-03:002024-01-29T21:23:08.446-03:00Imaginário I
Numa tarde esquecida pelo sol.
onde a mata se cobria de neblina
e a estrada serpenteava em curvas e desafios.
Eu me perguntava num silêncio profundo
para onde estávamos indo.
Não por medo. Não por não confiar.
Simplesmente porque naquele instante
não queria chegar a nenhum lugar.
Queria continuar seguindo em frente
Simplesmente viajando
ziguezagueando em pensamentos
num eterno Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-11464000233951860572015-08-28T00:48:00.002-03:002018-08-26T02:45:06.137-03:00Encerrado
Estava tudo turvo como neblina em
alto-mar
Estava tudo parado como num sono
profundo
[nenhum som – quase tudo sem cor]
Tudo estava num espaço-tempo esquecido
Quase tudo invisível – impossível de se acreditar
Não era medo, não era dor, não era tristeza.
Talvez fosse uma mistura de sentimentos.
Talvez não fosse nada – apenas uma situação temporária.
Um congelamento abrupto na Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-61235320905729337542015-08-25T22:15:00.001-03:002018-08-26T02:42:20.531-03:00Insatisfação
Chega!
Não quero mais essa coisa implícita, morna, quase morta.
Quero mais que ruído, barulhinho besta.
Quero muitos decibéis de felicidade.
Quero manhãs ensolaradas e gritadas.
Gritos amorosamente sentidos.
Chega!
Não quero mais essa coisa tácita, sombria.
Quero cores que possam compor com o sol a nossa sonata de amor.
Chega!
Já não basta somente a promessa: de quem sabe um dia!
Paulo Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-13700221260064584932015-03-25T05:30:00.000-03:002018-08-26T02:46:29.970-03:00Casca
Corpo inerte
sem vontade
fraco
encolhido
quase cinza
quase morto
O corpo que por hora habito
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-41076385618041103942015-02-27T21:56:00.000-03:002016-06-20T03:49:49.386-03:00Engano
Não, não era meu o corpo quase morto
Era de outro o corpo quase morto
Adormecido pelo frio da noite cinza
À espera da claridade do dia
Permaneceu inerte
Esquecido - Quase morto
O corpo caído de um outro mendigo
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-20110477587771983552015-02-27T21:44:00.002-03:002018-08-26T02:42:10.512-03:00Despertar
A claridade ilumina o corpo
Invade a derme
Nutre a alma
E o corpo quase morto
Refloresce
Num novo amanhecer
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-42079671390188251772015-01-02T16:30:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.389-03:00Ilusão
E neste intertexto intimo
- condutor de humores ácidos -
de bramidos tempestuosos
e calmaria aparente
refaço-me em outras peles
banhando-me em cores fortes
cobrindo-me em pesadas camadas de tintas
na tentativa inútil de
esconder
as cicatrizes profundas e invisíveis.
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-44356320561577092772014-12-30T20:18:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.396-03:00Meninas
Ando por aqui, Clara, longe de tudo
guardado em minha caverna
olhando lá pra fora e vendo o mundo.
Ando por aqui, Ana, perto de tudo
no meio de tudo
no meio de tudo.
Penso, Lena, que não estou aqui
estou mesmo é aí perto de ti.
Paulo FranciscoPaulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-62945597575571206132014-12-10T13:30:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.437-03:00Calmaria
Às vezes, minhas cores ficam claras
e neste meu céu de outono, encontro gaivotas
agitadas
agitadinhas
dançando pras ondas
querendo brincar
quase sempre, elas furtam minhas cores
brincam de esconde-esconde
deixam-me bobo de desejo
querendo namorar
De quando em quando, minhas cores
são furtadas por gaivotas agitadas
agitadinhas
que gostam de brincar
e neste tempo de mar calmo
euPaulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-70418396222086001572014-12-09T17:22:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.451-03:00Ardente
Não segui para o Oriente
Não cruzei oceanos
Não viajei de trem
avião ou navio.
Não voltei do Ocidente
Não estava doente
Nenhuma moléstia latente
- aparentemente estava vivo.
Meu coração batia no compasso
da normalidade vivida.
Meus olhos fixos vidravam a paisagem refletida.
Meus braços finos, minhas mãos manchadas
tremiam
tremiam de frio.
Corpo molhado
Carne fatigada
Veias Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-63289977791038522622014-12-09T09:00:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.441-03:00Medo
Estou preso. Há uma barreira invisível
lá fora que não me deixa sair
não é o frio
não é a fina chuva
não é o dia escuro
não é coisa física
tampouco divina
Simplesmente não consigo sair
Algo me impede de chegar lá fora
- sair daqui é a certeza de perder
Mas, perder o quê?
Não sei...
Há algo atemporal por aqui.
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-470525013186679332014-12-08T09:30:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.412-03:00Bailado
A flor e o vento juntos formaram o movimento
O vento balançou a flor
A flor perfumou o vento
- e ele, no terreiro, registrou todo aquele sentimento
da flor pelo vento.
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-72228660899991702702014-12-07T10:00:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.458-03:00Dúvida
Talvez eu seja ridículo
ou esteja ridículo
[não sei]
quando leio e escrevo poesias
quando namoro a lua
quando digo que acredito na ternura
humana
quando aposto cegamente na bondade do outro
Talvez eu esteja malhando em ferro frio
num tempo tão cruel
tão sem noção
Talvez, o sem noção seja eu
um louco que acredita ainda
que possa sair flores da boca dos canhões.
Mas se Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-23245330798513810722014-12-06T09:00:00.000-02:002018-08-26T02:44:05.781-03:00Foi assim
Bem que eu me lembro,
era meio de primavera
- era sim!
Sentados no meio-fio
conversávamos amenidades
- coisa humana
e tivemos que correr até
a marquise mais próxima
molhados (ou quase) sorrimos
e sem uma única palavra
voltamos à chuva às gargalhadas
no maior chuveiro do mundo.
Bem que eu me lembro
foi o começo de tudo
- foi sim!
Roupas coladas no corpo
silhuetas Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-44671373146149885892014-12-05T16:33:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.399-03:00* Bobo do tempo
Até então, eu não sabia, Aninha,
que aquelas florezinhas vermelhas,
brancas, rosas e amarelas,
cada qual num vasinho improvisado
enfeitando o muro da tua casa
eram chamadas de onze - horas.
Foi Graça, sua irmã, que me ensinou
que a florzinha de cinco pétalas
se abria antes do meio-dia,
por isso o nome onze-horas.
Mais tarde, e já era tarde, descobri
que presentear
alguém com a plantinha
é Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-23466687819249824252014-12-04T00:08:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.345-03:00Fato
Tudo demente
na mente
de quem mente.
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-17809026003703323302014-11-29T18:40:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.329-03:00Memória
Amei-te tanto que me deixei enganar
não vi as verdadeiras cores que brotavam do céu
não senti o quão doce eram as caricias do mar
não permiti que meus olhos enxergassem além dos teus
Tornei-me bicho acuado, vento aflito, galho seco. folha morta, sem Deus
Amei-te tanto que me deixei enganar
esqueci-me do tempo, do dia, da noite, da vida
Amei-te tanto, meu amor, que me esqueci de me amar.
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-68761487010887695682014-11-29T18:30:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.447-03:00Transbordamento
Impossível não te dizer
o que em mim
represa
Dir-te-ei antes
que
vaze
e
saia
tudo
pelo
l
a
d
r
&Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-81632329062746075352014-11-29T18:00:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.479-03:00Chuva
Chove.
O céu chora o que está represado em mim.
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-28145946587577852812014-10-21T10:00:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.350-03:00Mediocridade
Por que somos Negros se a pigmentação é marrom?
Por que somos Brancos se a pigmentação é rosa?
Já nascemos daltônicos e medíocres.
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4804101690096113505.post-33932352312876255082014-10-20T19:30:00.000-02:002016-06-20T03:49:49.369-03:00Compreensão
Já não sei mais falar sobre o tempo
Achei um dia que sobre o tempo eu entendia.
Já não sei mais falar sobre o amor
Achei que um dia sobre o amor eu entenderia.
Já não sei mais falar sobre mim
Achei, um dia, que de mim eu entendesse.
O tempo anda diferente
o amor anda diferente
e indiferente eu estou.
Paulo Francisco
Paulo Franciscohttp://www.blogger.com/profile/09075189786899301808noreply@blogger.com3